segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A lei "Ain't Got No / I Got Life"

A lei, o fato, a verdade e simplesmente a segunda coisa em que eu deposito toda minha crença e confiança sob qualquer circunstância, está descrito completamente em uma canção de Nina Simone chamada "Ain't Got No/ I Got Life".
Umas de nossas maiores fraquezas é a de procurar sempre uma opção mais fácil, que seria mesmo como procurar acreditar em algo mais confortável e convivente, para que se justifique e/ou se disfarce o ato de se acovardar diante das intemperes que fazem parte da vida. Sob essa condição, nos segamos propositalmente e nos apegamos a esperanças em coisas inúteis. Inúteis, porque a única forma de se superar um problema é encara-lo verdadeiramente, "olhar para a cara" dele e aceitar o fato de que existem coisas que dependem de nossa mão para serem mudadas e outras com as quais simplesmente temos que aprender a conviver.
O que a canção (que eu ouço incansavelmente a alguns anos) faz é a divisão clara e definitiva sobre as coisas que são nossas realmente e as que não são, não apenas isto, fica claro tudo aquilo sobre o que temos domínio. Resumidamente o que temos é nossa vida, nosso corpo e nossa liberdade, nada além disso mesmo que faça parte de nossa vida diária, mesmo que temamos todo o nosso apreço, NADA além dessas coisas é nossa, nem coisas, nem pessoas, nem o próprio conhecimento (algo que apenas nos apropriamos). A utilidade delas, assim como sua permanência em nossas vidas não se determina a nossa vontade.
Existe uma ligação direta ao sentimento de posse e controle com o estado de felicidade que o ser humano tem como ideal. A está parte que se faz a ligação, também ligo uma referência importantíssima sobre esse modo de ver a vida, que é o a obra do filosofo grego Epicteto (que beiram os 2000 anos e é fonte de inspiração desde então). Epicteto como um estóico, relaciona-se perfeitamente com o referencial anterior, do que diz respeito ao que está sobre o nosso controle. Para ele a felicidade está em um controle total (é impossível na minha humilde opinião) de nossas emoções. Os sentimentos nos fazem agir, porém cabe a pessoa filtrar essa transferência para que o próprio sofrimento e desespero não proporcione mais do mesmo. Tudo se refere principalmente sobre o auto-controle, sobre o domínio de nossa capacidade de julgamento sobre a própria vontade antes da ação. Assim como a importância de se criar uma consciência de aceitação sobre as coisas sobre as que não temos domínio.
Em um ideal de liberdade, sobre o qual pode-se até mesmo discutir até onde o mundo nos permite fazer uso dessa nossa propriedade genuína, as pessoas não apenas deveriam fazer de suas vidas o que bem entendessem, mas também não interferir sobre a das demais. Também neste ideal, cabe a importância de libertar-se de si, sobre nossos equívocos, sobre nossos vícios, sobre nossa falta de controle...
Não sei até que ponto é possível viver feliz através de uma doutrina como a do "Manual de Epicteto", e tenho certeza que mesmo que passe a vida tentando, passarei também a vida falhando. Porque somos acima de tudo imperfeitos e idealistas.
Até hoje não encontrei algo que fizesse mais sentindo, do que está canção e este cara respeitável cara morto.

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